1. |
Maré-Gaza
05:26
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A minha alma canta, eu vejo uma cidade
Sim, eu vejo:
Com homens e meninos de fuzil do lado
Eu vejo além.
Eu vejo uma cidade armada até os dentes
Pronta pra matar ou morrer
Eu vejo no escuro, dentro dos teus olhos
Coisas que eu não posso esquecer.
Qual a tua escolha, qual vai ser o teu lado, Judas Pedro?
O inimigo tem o mesmo sangue que sai de mim.
Os aviões sobre nós
Montanhas e litorais
E o alerta sempre no amarelo, no amarelo, no amarelo.
Cai a noite entre os muros
Hora de fugir outra vez
E ela até que chamou o meu nome
Mas eu não ouvi – ninguém ouviu.
Se eu sou como você, alguém vai ter que ceder.
Se eu te vejo em mim, quem aqui é bom ou ruim?
Qual a tua escolha, qual vai ser o teu lado, Judas Pedro?
O inimigo tem o mesmo sangue que sai de mim.
Queimando
Nas ruas queimando
Os carros queimando
Tá tudo queimando
Em Maré-Gaza.
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2. |
Céu das três
03:50
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Na língua estranha em que ela diz teu nome
E fala dos astros e constelações
Cabeça na mão, na caixa de som
Querendo lembrar como se sai dali
Se ela estrela tentando se achar outra vez sob a luz do sol.
Vê como as águas sobem se ela vem
Vê como tudo muda de lugar
E quando ela anda no céu das três
De olhos fechados sem querer voltar
Se agarra na ponta da lua minguante
Mas tem uma hora em que o chão vem
Cigarro na mão, na caixa de som
O dia seguinte pesa mais, meu bem
Se ela estrela tentando se achar outra vez sob a luz do sol
(A luz do sol... A luz do sol no céu das três)
Na língua estranha em que ela diz teu nome
E fala dos astros e constelações
Cabeça na mão, na caixa de som
O dia seguinte pesa mais, meu bem
Se ela estrela tentando se achar outra vez sob a luz do sol
Se ela estrela tentando brilhar outra vez sob a luz do sol
(A luz do sol/O sol no céu/A luz no céu/O céu das três)
(A luz do sol... A luz do sol no céu das três)
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3. |
Submissão
06:20
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Todo mundo sabe como é precisar de alguém
Todo mundo sabe como foi que eu precisei.
Pobres moços, não sabem nada do que vem de ti
Custa caro esse pecado, vê como eu estou
Cães e gatos na madrugada querem te pedir
Ossos, restos, qualquer migalha desse teu amor.
Há sempre um pedaço dela solto por aí
Vai, deixa esse amor mostrar o quanto eu já te quis.
Todo mundo sabe como é precisar de alguém
Todo mundo sabe e ela, mais do que ninguém.
Pobres moços, não sabem nada do que vem de ti
Custa caro esse pecado, vê como eu estou
Torto, pobre, dono de nada, morto na raiz
Mas atrás de cada centavo desse teu amor.
Há sempre um pedaço dela solto por aí
Vai, deixa esse amor mostrar o quanto eu já te quis: submisso.
(E eu espero e não cansa/É o inferno na cama)
Todo mundo sabe como é precisar de alguém
Todo mundo sabe e ela, mais do que ninguém.
Pobres moços, não sabem nada do que vem de ti
Custa caro esse pecado, vê como eu estou
Há sempre um pedaço dela solto por aí
Vai, deixa esse amor mostrar o quanto eu já te quis: submisso.
Vai, eu sei que o teu medo é amar um tanto até depender de alguém
Vai, deixa um amor mostrar que o amor nos deixa assim: submissos.
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4. |
Interestelar
04:40
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Alfa Centauro 18-14 confirma aproximação
Scanner ativo, radar acionado traçando melhor posição
Formas diversas na tela, reflexos e cores por todos os lados
Pouso em curso previsto, perdendo altitude, avistando o chão
De longe era tudo tão diferente
Aos poucos as coisas ficam mais presentes
Lá fora, um mundo espera
Por mais alguém.
Segundo leitura de dados colhidos, espécies em evolução
Tempo e espaço confusos, possíveis avanços, sinais de extinção
Status: missão concluída, em modo partida, sistemas checados
Plano de voo ajustado, comando alterado pra deixar o chão
De perto era tudo tão diferente
Aos poucos as coisas ficam mais ausentes
Lá for a, um mundo espera
Por mais alguém.
A hora de seguir parece sempre tão difícil
Achar o seu lugar parece sempre tão normal
Mas quem quer ficar, quem vai ficar
Quem vai ficar pra trás?
E quem quer seguir, quem vai seguir
Quem vai seguir além?
Além do universo que nos pertence
Além dessa calma que não convence
Faz parte de todo caminho poder dizer:
“Nunca mais, nunca mais, nunca mais voltar.
Nunca mais, nunca mais retornar aqui
Nunca mais, nunca mais, nunca mais ficar
Nunca mais, nunca mais, nunca mais, nunca mais.”
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5. |
Vidro
04:40
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“Fevereiro faz da razão um triz.
Tem pena de mim, meu bem
Se eu sair, é coisa breve
Espera aqui.”
Ela disse assim como quem não quer
Magoar nem dar porquê
Um papel, um tiro, um teco:
Espero aqui.
Ela se perdeu no seu próprio amor
Uma dor que não tem fim
E em pedaços tão pequenos
Se partiu.
Mar de caco de vidro de raio de sol
De caco de vidro de raio
Mar de caco de vidro de raio de sol
De caco de vidro de raio
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu.
“Fevereiro faz da razão um triz.
Tem pena de mim, meu bem
Se eu sair, é coisa breve
Espera aqui.”
Ela disse assim como quem não quer
Magoar nem dar porquê
Um papel, um tiro, um teco:
Espero aqui.
Mar de caco de vidro de raio de sol
De caco de vidro de raio
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu pra ver o céu no mar
Ela saiu.
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6. |
São Sebastião
03:48
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Começando outra missão,
Nosso irmão Sebastião teve um encontro com Deus
Que sorriu, erguendo a mão
E falou na condução:
“És agora dos meus.”
“Cada filho meu por cima do outro
Cada filho meu esperando o troco
Cada filho meu pulando a roleta
Cada filho meu, Tião, não te esqueças
Porque agora és bento, desse assento podes produzir trovão
Porque agora és santo, és São Sebastião!”
Esperando num vagão no ramal de Santa Cruz,
Sebastião viu Jesus
Carregando leite e pão, e um menino pela mão:
“És agora dos meus.”
“Cada filho meu parado no ponto
Cada filho meu fumando Belmonte
Cada procurando o seu santo
Cada filho meu pra quem esse mundo diz não.
Porque agora és bento
Desse assento podes produzir trovão
Porque agora és santo, és São Sebastião.
E o que é vosso é justo,
E a justiça é o que multiplica o pão
Porque agora és santo, és São Sebastião!”
Sai por aí a falar de amor.
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7. |
Estamos bem
05:58
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Simples, calma, a vida é melhor
Simplesmente deixa ela ser
Às vezes, alguém só ouve seu próprio grito
Às vezes, alguém implora pra ser ouvido
Já fui o soldado marchando na contramão
Já dei por perdida a chance na minha mão
E mesmo assim, estou aqui
E mesmo assim, ficamos bem.
Simples, calma, a vida conduz
Simplesmente deixa ela ir
Ao nosso redor, os dias se vão sem sonhos
Mas tudo é maior que a sombra do seu tamanho
Já quis tanta coisa impossível num só segundo
Negando meu erro, tentando mudar o mundo
E ainda assim, estou aqui
E ainda assim, estamos bem.
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8. |
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Esquece tudo aquilo que você não viveu
De flash em flash, o filme é sempre tão veloz
Cada quadro traz sua dor
Cada quadro fala de amor
O outro lado não tem rosto nem cicatriz
Toma forma e força em cada passo teu
Se a jornada é longa demais
No fim da estrada brilha uma luz
Aonde você vai?
Quem você já foi?
O que você quer ser?
Aonde você for, vai ser melhor assim.
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